A trajetória da heroína brasileira Aracy de Carvalho (1908-2011) voltou a ser questionada às vésperas da estreia da minissérie Passaporte para Liberdade, na próxima segunda-feira (20), na Globo. De propagadores de fake news a historiadores, surgiu uma onda discursiva que visa mitificar os feitos incontestáveis da Anjo de Hamburgo, tratando-os como lendas. A quem interessa essa desconstrução dos fatos?
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Por mais que seja um ponto de vista idiota, é compreensível entender a revolta de apedrejadores da internet contra o drama produzido pela emissora platinada. Esses são os mesmos do grito “Globo lixo” e similares, então só reverberam um ódio acéfalo contra rede carioca. O estardalhaço desse bando não merece crédito.
Agora, qual o propósito de historiadores, pessoas letradas, no levante contra Aracy? É curioso como essa corrente argumenta que ela não foi isso tudo, nada de a salvadora de judeus. Há um empenho em desvalorizar o trabalho dela no Consulado Brasileiro de Hamburgo, na Alemanha de Hitler (1889-1945), nação perseguidora dos adeptos da fé judaica.
Existem documentos e depoimentos de pessoas vivas, familiares ou gente próxima ajudada por Aracy, que comprovam como ela foi importante ao contornar regras burocráticas e ajudar na emissão de vistos para judeus deixarem o território alemão rumo às Américas.
Os detratores se apegam a detalhes técnicos, com o único objetivo de colocar Aracy de Carvalho na posição de mito, uma palavra tão mal utilizada nos últimos tempos. Querem imputar na minissérie da Globo o retrato de uma ficção e não de trama baseada em fatos reais.
Vozes contrárias são comuns, fazem parte do jogo. Porém, chama a atenção tanta dedicação, uma investida ferrenha mirando manchar o que Aracy fez. Tal campanha maledicente é fora da normalidade.
Obra global
Uma das maiores produções já feitas pela Globo, em parceria com a Sony Pictures Television, Passaporte para Liberdade demorou para sair do papel, exatamente três anos. É uma obra da Globo gravada totalmente em língua inglesa, visando o mercado internacional.
O mundo e o Brasil merecem conhecer mais sobre quem foi Aracy de Carvalho, tema de tantos documentários e que agora ganha uma vitrine grandiosa. O povão brasileiro terá acesso a uma história não contada em livros, de uma heroína de verdade.
A honra de interpretar Aracy de Carvalho ficou com Sophie Charlotte (nascida em Hamburgo) das novelas novelas Sangue Bom e Babilônia.
Passaporte para Liberdade estreia na segunda-feira (20). A atração tem oito capítulos, no ar de segunda a quinta, depois da primeira linha de programas após a novela das 9 -os capítulos devem ir ao ar por volta das 23h45.
Na Globo, o telespectador irá assistir aos episódios dublados. No Globoplay, a minissérie estará disponível na versão original, em inglês e legendada.
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