ANIVERSÁRIO

Streaming da Apple completa 2 anos competitivo e assombra rivais

Apesar da vida curta, o Apple TV+ tem conteúdo que bate de frente com a concorrência renomada de Hollywood

Publicado em 01/11/2021

Em 1º de novembro de 2019, a Apple lançou um streaming para entrar no acirrado mercado de entretenimento, investindo muito dinheiro em uma programação original. Dois anos depois, o Apple TV+ é um serviço competitivo, com séries da mais alta qualidade e reconhecidas nas principais premiações hollywoodianas. E assombra rivais ao atrair celebridades gabaritadas.

Apesar de alguns mistérios, o balanço até agora é positivo. O que a plataforma precisa esclarecer é a quantidade de assinantes vinculados ao streaming, número mantido em segredo. Além disso, precisa decidir até quando vai manter um catálogo só com conteúdo próprio, sem incluir atrações de terceiros, modelo de oferta raríssimo no mercado.

A bandeira do Apple TV+ é qualidade ao invés da quantidade. Os investimentos são precisos, sem economizar. A empresa desembolsa o maior salário da história da TV americana para a dupla Jennifer Aniston e Reese Witherspoon. Elas recebem, respectivamente, US$ 2 milhões por cada episódio de The Morning Show.

Essa tática de apostar na qualidade trouxe resultados e, em dois anos, só duas séries foram canceladas (entre 23 lançamentos).

Nomes do nível de Chris Evans, Justin Theroux, Octavia Spencer, Kate Hudson, Steven Spielberg, M. Night Shyamalan, Jason Momoa, Hailee Steinfeld, Joseph Gordon-Levitt, Meryl Streep, Kit Harington, Will Ferrell, Paul Rudd, e mais, estiveram, estão ou estarão em projetos no Apple TV+.

Reese Witherspoon na 2ª temporada de The Morning Show
Reese Witherspoon na 2ª temporada de The Morning Show (Divulgação/Apple TV+)

Premiações

O sucesso do Apple TV+ no circuito de premiações foi imediato. Pouco mais de um mês após entrar no ar, o streaming emplacou três indicações ao Globo de Ouro de 2020, representado por The Morning Show. Neste ano, a performance foi quase a mesma, com quatro indicações.

No Emmy, a plataforma mostrou o peso que tem em Hollywood. De um ano para o outro, o número de indicações quase dobrou (18 em 2020; 35 em 2021). O serviço ficou à frente dos rivais Hulu e Prime Video, assim como ultrapassou as redes de TV CBS e ABC. O Apple TV+ só teve uma indicação em 2021 a menos do que a poderosa HBO Max, a plataforma da Warner.

Após o anúncio de todos os vencedores neste ano, o Apple TV+ terminou na quarta colocação, com dez estatuetas. Sete dessas foram ganhas por Ted Lasso, eleita a melhor comédia.

Os mistérios

O streaming da Apple tem lá uns mistérios cabeludos. Como a quantidade de assinantes. Até agora, a empresa permanece calada sobre informar quantos clientes usam o serviço. Existem somente dados não oficiais.

No mês passado, o sindicato Iatse (Aliança Internacional de Funcionários de Palcos Teatrais) foi informado que, nos Estados Unidos e Canadá, existem menos de 20 milhões de assinantes -três vezes menor do que a HBO Max.

Esse número foi revelado durante as negociações para evitar uma greve em Hollywood. A Apple usou esse exemplo como justificativa sobre não pagar tão bem os operários da indústria de entretenimento norte-americana.

Fora isso, há o fato de muitas pessoas serem assinantes do Apple TV+ na faixa. São aqueles consumidores que compraram algum produto da empresa da maçã, como um celular ou computador, e ganharam de brinde um plano de acesso anual gratuito.

Uma jogada para atrair mais assinantes é quebrar o ideal de só disponibilizar séries originais. As concorrentes especializadas em entretenimento se fundem (Warner + Discovery; Viacom + CBS), a Amazon comprou todo o conteúdo da MGM e a Apple ainda não se moveu na direção de aumentar o catálogo. Estúdios com uma boa oferta de programação variada, como Lionsgate e Sony, estão na prateleira a quem se interessar.


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