TERROR CLÁSSICO

The Walking Dead: como o som fez a diferença no episódio da casa assombrada

Edição sonora colocou o sexto episódio da 11ª temporada entre os melhores de toda a série zumbi

Publicado em 26/09/2021

A série The Walking Dead foi beber na fonte mais clássica do terror para produzir o sexto episódio da 11ª temporada, que entrou no domingo (26) no streaming Star+. Com uma edição de som caprichada, passou a sensação perceptível de medo e desespero em uma casa assombrada, usando e abusando de barulhos e silêncio.

Na trama, quem sentiu na pele o pavor foi a dupla Connie (Lauren Ridloff), que é surda, e Virgil (Kevin Carroll). Em vários momentos, The Walking Dead alternou de ponto de vista entre os dois e foi aí que a magia se deu.

[Atenção: spoilers a seguir]

Kevin Carroll sente o pavor em episódio de TWD
Kevin Carroll sente o pavor em episódio de TWD

Um abrigo nada acolhedor

Após quase ser soterrada, Connie escapou da morte e encontrou Virgil no meio do caminho; ele que ajudou Michonne (Danai Gurira) a partir rumo ao encontro do xerife Rick Grimes (Andrew Lincoln). Agora juntos, os dois buscavam um abrigo para fugir dos zumbis enquanto não encontravam os demais sobreviventes.

Eles até acharam uma casa abandonada e conseguiram escapar dos mortos-vivos ao se trancarem. Porém, o que estava lá dentro era muito pior: umas criaturas nunca antes vista na série.

Após passar a noite, Virgil foi fazer uma ronda na casa de manhã para ver se realmente estavam sozinhos. Ele olhou, olhou, e afirmou que não havia ninguém com eles naquele lugar. Connie não demonstrava a mesma segurança.

Ela mesma foi verificar a casa e se deparou com um monstrengo inédito em The Walking Dead. Era uma pessoa horripilante, deformada, que andava de quatro como se fosse um animal. Connie, afinal, tinha razão. Sozinho eles não estavam.

Lauren Ridloff assustada na casa assombrada de TWD
Lauren Ridloff assustada na casa assombrada de TWD

Silêncio e barulho

O que The Walking Dead fez muito bem foi passar ao telespectador como Virgil e Connie se sentiram naquele momento, em uma casa mal assombrada cheia de portas, passagens secretas e quadros aterrorizantes na parede –com os olhos das pessoas riscados nos retratos pendurados.

Ao mostrar Virgil angustiado perseguindo e fugindo ao mesmo tempo das feras, os sons de gritos se misturavam àquela trilha sonora típica de filmes de terror, que antecede uma situação trágica e só aumenta a aflição da cena (assim como deixa o telespectador com os nervos à flor da pele).

Quando The Walking Dead mudava para Connie, o som do episódio simplesmente sumia. Em um primeiro instante, até parecia um problema técnico ou com a TV (ou outro aparelho eletrônico). O silêncio absoluto é algo quase proibido em qualquer atração televisiva.

Mas o drama zumbi tinha um propósito naquilo, que era justamente passar ao público como Connie experimentou o ambiente apavorante. As cenas mudas, sem qualquer barulho, eram para replicar o que a personagem vivenciou, por ter uma deficiência auditiva. 

E de fato deu certo: esses foram os minutos muito mais aterrorizantes do que os com Virgil. O que contribuiu para isso foi a ótima atuação de Lauren Ridloff. Por ser muito expressiva, as caras e bocas dela foram perfeitas e só contribuíram para chegar a um resultado excelente.

Esse detalhe deixou o capítulo da casa assombrada mais especial. Foi mostrado o mesmo evento encarado de forma bem diferente por duas pessoas distintas. Sem dúvida, isso colocou o episódio entre os melhores dos últimos tempos de The Walking Dead.


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