DIVERSIDADE

Chucky abraça o universo queer com homossexualidade e gênero fluido

Primeira série da franquia Brinquedo Assassino estreia no Brasil nesta quarta (27), no Star+

Publicado em 27/10/2021

A franquia de cinema Brinquedo Assassino, ativa desde 1988, abre espaço para narrativas ligadas à comunidade LGBTQIA+ aqui e acolá ao longo dos oito filmes lançados em 31 anos. Mas nada tão aberto quanto na série Chucky, que estreia nesta quarta-feira (27) no streaming Star+, com protagonista gay e personagem de gênero fluido.

Continuação do filme O Culto de Chucky (2017), o sétimo da coleção, o drama televisivo acompanha Jake Webber (Zackary Arthur), um adolescente homossexual vítima de bullying na escola e alvo do comportamento irritadiço do pai. Ele encontra o boneco Good Guy, possuído por Chucky, em uma feira de garagem e o adquire por 10 dólares.

Em conversa para a revista The Advocate, uma das mais prestigiadas em todo o mundo voltada à comunidade LGBTQIA+, o criador do Chucky abriu o coração. Gay, Don Mancini admitiu que boa parte da trama de Jake é quase uma autobiografia dele.

Essa série é, provavelmente, o projeto mais pessoal que eu já fiz, em termos narrativos“, contou para a publicação. “O personagem principal tem 14 anos e tem de lidar com um monte de adversidades que eu, aos 14 anos também, vivi no final dos anos 1970.” 

Para Mancini, a série Chucky vai englobar tudo o que a franquia abordou até agora sobre o universo queer, abraçando-o forte, mostrando toda a “dramaticidade, subtextos, metáforas e estilo.

Gênero fluido

Clássico trash na essência, Brinquedo Assassino jamais foge do confronto ao abordar coisas sérias que impactam a sociedade. A série Chucky anda na mesma linha. “A atração usa Chucky como uma metáfora sobre o bullying, a cultura dessa agressão que, infelizmente, ainda ecoa na juventude atual“, falou Mancini.

Esse é um dos temas tratados no drama de terror. Dentro do universo queer, a história irá fazer uma conexão com o filme O Filho de Chucky (2004), no qual foi apresentado a cria do boneco serial killer, chamado de Glen ou Glenda, referência a um filme antiquíssimo de 1953, que tratava da transgeneridade.

No segundo episódio, Chucky tem um diálogo antológico com Jake. Após ler o diário do garoto e perceber que ele tem uma queda por Devon (Björgvin Arnarson), um colega da escola, o boneco sanguinário joga limpo: “Eu tenho um filho queer… de gênero fluido”, disse para Jake.

E você é de boa em relação a isso?“, perguntou o jovem. “Eu não sou um monstro, Jake!“, respondeu Chucky, ironicamente, expondo o seu bom humor doentio. Os fãs já estão no aguardo de ver Glen/Glenda na série.

Chucky é um assassino psicótico. Porém, ele não é homofóbico, muito menos preconceituoso. Ele é um matador idealista das oportunidade iguais“, disse Mancini à The Advocate, aos risos.

Esse tom descontraído do brinquedo serial killer ameniza um pouco uma discussão importante e séria. Em um vídeo no YouTube com o recorte desse diálogo, há muitos desabafos. Uma pessoa escreveu em determinado momento: “Caramba! Chucky é mais compassivo do que meus pais.

Assista ao trailer de Chucky:


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