Em 2023, quando completar dez anos produzindo séries originais, a Netflix começará uma nova fase nessa curta trajetória no mercado de entretenimento. Caso tudo ocorra dentro do previsto, será o fim de Stranger Things (cinco temporadas) e The Crown (seis). A gigante do streaming precisará de outras séries âncoras, combinação de sucesso de público e crítica. Quais atrações têm bagagem para assumir tamanha responsabilidade?
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A Netflix caminha para o fim da segunda fase, na qual se consolidou cravando espaço na cultura pop e ganhando diversos prêmios prestigiados com as séries feitas em casa. Essa fase termina após a despedida de Stranger Things e The Crown.
O start da gigante do streaming (primeira fase) foi de apresentação e de preparação de terreno para o que viria pela frente. A plataforma tinha no cartão de visita House of Cards (2013-2018) e Orange Is the New Black (2013-2019). Ambas foram amostras de séries de qualidade, bem aceitas pelos espectadores e beliscando indicações aqui e ali nas cerimônias de Hollywood.
Na segunda metade da década passada iniciou a segunda fase. Em 2016, a Netflix lançou Stranger Things e The Crown. Logo no ano seguinte, no Emmy, ambas as produções foram muito bem nas indicações, somando 31 (18 para a série teen, 13 para o drama britânico).
Dali em diante, as duas atrações só cresceram, em todos os sentidos. Stranger Things virou pop, ultrapassou as fronteiras do streaming. Produtos licenciados foram vendidos aos montes e a série ganhou até um game. A atriz Millie Bobby Brown, agora já adulta, tornou-se celebridade e a personagem dela, a heroína Eleven, virou ícone.
The Crown passou ser a prova de que a Netflix poderia fazer uma série tipo HBO, com elenco estrelar, produção refinada e trama tão complexa quanto interessante. O drama sobre a realeza britânica recebeu chuva de elogios e, no ano passado, finalmente conseguiu chegar no topo, arrebatando a estatueta de melhor drama no Emmy, primeiro grande prêmio vencido pela Netflix.
Quem se habilita?
A questão agora é: quem se habilita a assumir a liderança no catálogo da Netflix? Uma opção óbvia é The Witcher, indiscutível sucesso de público. A gigante do streaming aposta pesado na série fantasiosa, chegando a produzir e encomendar diversos spin-offs. Pesa a favor a expectativa de ir longe, até sete temporadas (duas foram finalizadas até agora).
O problema de The Witcher é no circuito de premiações: sem qualquer indicação às principais cerimônias americanas. A aposta era que a série poderia ir bem nos prêmios técnicos (maquiagem, efeitos, figurino…), mas nem isso.
Bridgerton é outra produção possível de ser a nova cara da Netflix. Ela desfruta de grande respeito na mídia, caiu nos braços do povo e, pelo menos com a primeira temporada, apresentou um desempenho bom no Emmy, emplacando 12 indicações (incluindo melhor drama).
Pensando no público teen e em uma atração mais cômica, Sex Education é nome forte, altamente popular. O porém seria a durabilidade da série, prestes a entrar na quarta temporada. Por se tratar de narrativa adolescente, não deve ir tão longe.
Nessa terceira fase, a Netflix pode arriscar as fichas em produções de língua não inglesa, cada vez mais pensando no público global. A sul-coreana Round 6 seria uma investida lógica devido ao rótulo de série mais vista de toda a história do streaming, sensação mundial e dona de ótimo desempenho em premiações. Lupin, originária da França, também seria uma alternativa interessante.
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