ANÁLISE

Sem Stranger Things e The Crown, Netflix busca séries âncoras para nova era

The Witcher e Bridgerton são candidatas a lideraram a gigante do streaming nos próximos anos

Publicado em 23/02/2022

Em 2023, quando completar dez anos produzindo séries originais, a Netflix começará uma nova fase nessa curta trajetória no mercado de entretenimento. Caso tudo ocorra dentro do previsto, será o fim de Stranger Things (cinco temporadas) e The Crown (seis). A gigante do streaming precisará de outras séries âncoras, combinação de sucesso de público e crítica. Quais atrações têm bagagem para assumir tamanha responsabilidade?

A Netflix caminha para o fim da segunda fase, na qual se consolidou cravando espaço na cultura pop e ganhando diversos prêmios prestigiados com as séries feitas em casa. Essa fase termina após a despedida de Stranger Things e The Crown.

O start da gigante do streaming (primeira fase) foi de apresentação e de preparação de terreno para o que viria pela frente. A plataforma tinha no cartão de visita House of Cards (2013-2018) e Orange Is the New Black (2013-2019). Ambas foram amostras de séries de qualidade, bem aceitas pelos espectadores e beliscando indicações aqui e ali nas cerimônias de Hollywood.

Na segunda metade da década passada iniciou a segunda fase. Em 2016, a Netflix lançou Stranger Things e The Crown. Logo no ano seguinte, no Emmy, ambas as produções foram muito bem nas indicações, somando 31 (18 para a série teen, 13 para o drama britânico).

Dali em diante, as duas atrações só cresceram, em todos os sentidos. Stranger Things virou pop, ultrapassou as fronteiras do streaming. Produtos licenciados foram vendidos aos montes e a série ganhou até um game. A atriz Millie Bobby Brown, agora já adulta, tornou-se celebridade e a personagem dela, a heroína Eleven, virou ícone.

The Crown passou ser a prova de que a Netflix poderia fazer uma série tipo HBO, com elenco estrelar, produção refinada e trama tão complexa quanto interessante. O drama sobre a realeza britânica recebeu chuva de elogios e, no ano passado, finalmente conseguiu chegar no topo, arrebatando a estatueta de melhor drama no Emmy, primeiro grande prêmio vencido pela Netflix.

Henry Cavill em cena da 2ª temporada de The Witcher
Henry Cavill em cena da 2ª temporada de The Witcher

Quem se habilita?

A questão agora é: quem se habilita a assumir a liderança no catálogo da Netflix? Uma opção óbvia é The Witcher, indiscutível sucesso de público. A gigante do streaming aposta pesado na série fantasiosa, chegando a produzir e encomendar diversos spin-offs. Pesa a favor a expectativa de ir longe, até sete temporadas (duas foram finalizadas até agora).

O problema de The Witcher é no circuito de premiações: sem qualquer indicação às principais cerimônias americanas. A aposta era que a série poderia ir bem nos prêmios técnicos (maquiagem, efeitos, figurino…), mas nem isso.

Bridgerton é outra produção possível de ser a nova cara da Netflix. Ela desfruta de grande respeito na mídia, caiu nos braços do povo e, pelo menos com a primeira temporada, apresentou um desempenho bom no Emmy, emplacando 12 indicações (incluindo melhor drama).

Pensando no público teen e em uma atração mais cômica, Sex Education é nome forte, altamente popular. O porém seria a durabilidade da série, prestes a entrar na quarta temporada. Por se tratar de narrativa adolescente, não deve ir tão longe.

Nessa terceira fase, a Netflix pode arriscar as fichas em produções de língua não inglesa, cada vez mais pensando no público global. A sul-coreana Round 6 seria uma investida lógica devido ao rótulo de série mais vista de toda a história do streaming, sensação mundial e dona de ótimo desempenho em premiações. Lupin, originária da França, também seria uma alternativa interessante.


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