ANÁLISE

Por que a divertida Cowboy Bebop é tão criticada e rotulada de cringe?

Produção baseada em anime cultuado enfrenta críticas, mas também recebe elogios

Publicado em 22/11/2021

A poeira baixou. Três dias após o lançamento de Cowboy Bebop na Netflix, adaptação controversa do cultuado anime homônimo, cabe uma reflexão: por que a série divertida é tão criticada e rotulada de cringe? Críticos e fãs massacraram a versão live-action. Mas se percebe que quem nunca viu a animação curtiu assistir à atração da gigante do streaming.

Entre as vozes que ecoaram contra a Cowboy Bebop da Netflix, a palavra “constrangimento”, e qualquer outra derivada dela, se destaca. A avaliação negativa foi acachapante. No site Metacritic, com a compilação de reviews de veículos de imprensa, a série recebeu a nota 47 (de 100), isso entre os jornalistas especialistas. Já a nota dos fãs foi de 3.1 (de 10).

Como avaliar Cowboy Bebop

É compreensível a visão mais conservadora da parcela do público amante incondicional do anime que vê a série sob uma ótica viciada, sempre comparando-a com o material original. Isso se amplifica porque a atração da Netflix tentou imitar, quase frame a frame, muitas cenas da obra matriz.

Essa solução irritou a pessoa com um olhar mais severo, crítico. E, de fato, fica meio esquisito a proposta de praticamente repetir com precisão cirúrgica algumas ações do anime, além de copiar quase na totalidade as histórias da produção japonesa dos anos 1990.

Tudo isso dá razão ao público ranzinza, aquela fatia dos telespectadores que acham as performances do elenco forçadas, com os atores vestindo cópias do figurino como se fossem cosplayers na Comic-Con. É um ponto cringe de Cowboy Bebop, segundo a visão mais queixosa.

Daniella Pineda faz parte do trio de protagonistas da Cowboy Bebop
Daniella Pineda faz parte do trio de protagonistas da Cowboy Bebop DivulgaçãoNetflix

Porém, é preciso entender uma coisa. A maioria do público que acompanha Cowboy Bebop na Netflix nunca viu um episódio do anime. Sem esse conhecimento da fonte, a primeira impressão da série é positiva. Pois ela é de fato divertida, empolgante, de visual agradável, com ação e uma trilha sonora especial, diferente.

Para o telespectador leigo em Cowboy Bebop, a produção da Netflix cai bem. Não chega a ser nada de outro mundo, mas satisfaz sim como opção de entretenimento. E, no final das contas, é isso o que importa.

Fora qualquer deslize cometido pela estrutura da narrativa, o elenco principal segura bem a série, alicerçado no trio formado por John Cho (o Spike Spiegel), Mustafa Shakir (o Jet Black) e Daniella Pineda (a Faye Valentine), exalando uma boa química.

O fanático por Cowboy Bebop poderia ser mais equilibrado. Compreender que o anime está lá, intacto, como uma obra inigualável. A versão da Netflix serve de releitura. 

E mais. O projeto tende a levar mais pessoas a conferir o anime, disponível na Netflix, aumentando assim a base de admiradores. Anime e série podem conviver no mesmo ambiente sem nenhum problema.


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