Nos últimos dias a nova minissérie original da Netflix, O Gambito da Rainha se tornou um dos títulos mais acessados da plataforma de streaming. Baseado em fatos reais, a série aborda a história de uma jogadora prodígio do xadrez, no século XIX.
Vivida por Anya Taylor-Joy, a personagem Elizabeth se vê num cenário dominado por homens, mas isso não faz com que a mesma se desanime. Porém ao longo da série que mostra a origem, queda e ascensão da personagem, diversos detalhes passam em branco.
Pensando nisso, o Screen Rant desenvolveu uma lista com alguns fatos vistos na série que o público pode ter deixado passar despercebido pelo tabuleiro.
A fidelidade no tabuleiro

O espectador pode questionar algumas coisas ao longo da trama, porém a autenticidade do tabuleiro utilizado nos jogos não é uma delas! O por que? foram chamados para servir como consultores da série, dois mestres de xadrez, Gary Gusparov e Bruce Pandolfini.
Dito isso é possível afirmar que fidelidade no jogo, em todos seus quesitos, não faltaram, já que tiveram grandes nomes especializados na área.
A Magnum-Opus

Logo nos primeiros episódios Beth ganha o livro Modern Chess Opening s edição 7, no qual os jogadores de xadrez do início do século XIX consideravam como o santo graal. No entanto, ao decorrer da série quando Beth está na fase adulta, vemos a nona edição do livro.
Outra coisa que você pode notar ao longo da série, e chega a ser curioso, é que cada episódio contém um título relacionado a uma jogada específica do xadrez.
Capablanca

No inicio do segundo episódio, quando criança Elizabeth vai a biblioteca procurar livros relacionados ao xadrez. Afim de aprofundar seu estudo, o nome José Capablanca é citado.
Aos que desconhecem o nome, Capablanca foi um dos maiores jogadores que o xadrez já teve. Assim como a personagem vivida por Anya Taylor-Joy, o rapaz subiu rapidamente nas categorias do jogo de tabuleiro, ganhando fama rapidamente.
Reparação histórica?

Quando Beth e sua mãe Alma (Marielle Heller) vão a loja roupas Ben Snyder’s, afim de fazer algumas compras, podemos notar um detalhe geográfico inusitado.
Próximo ao local é possível observar o prédio do Banco Lexington, no entanto, no período que a série é ambientada era para ser na verdade um teatro da cidade.
Defesa Caro Kann

A protagonista abraça sua primeira derrota quando enfrenta o feroz competidor Harry Beltik (Harry Melling). Por mais que tenha utilizado todas suas estratégias ela não contava com algo.
A jogada utilizada por Beltik é a famosa Defesa Caro Kann, uma estratégia de combater a abertura do peão que protege o rei, semelhante a defesa siciliana. Porém, essa garantiu sua vitória.
Mudanças históricas

A Netflix as vezes parece ter uma sério problemas com datas em seus materiais! Brincadeiras a parte, é compreensível que streaming tome essa posição, afim de adoçar a trama para o espectador.
Logo em seu primeiro episódio é visto que a protagonista pensa em roubar um exemplar da Chess Review Magazine. A capa da revista da época não coincide com a realidade, e um artigo visto na edição de 1963 só seria visto em 1968.
Mais mudanças históricas

Dito anteriormente, o exemplar que Beth pensa em roubar é lançado em fevereiro de 1963. Numa das publicações é visto Benny Watts (Thomas Brodie-Sangster) na capa, porém temos outra mudança histórica aí.
Embora o rosto de Benny Watts tenha substituído o do famoso prodígio do xadrez, Bobby Fischer. A verdadeira edição que tinha Fischer na capa foi lançada somente em outubro de 1963.
Defesa Siciliana de Schevenigen

A segunda queda da nossa protagonista ocorre no terceiro episódio, para o charlatão Benny Watts (Thomas Brodie-Sangster). Em segundo plano podemos observar as primeiras jogada de ambos por um painel eletrônico.
Os movimentos utilizados pela personagem remetem a uma variação de combinações, intitulada como Variação Sozin. A jogada utiliza-se da Defesa Siciliana de Schevenigen com a Variação Najdorf.
Amizade além dos castelos

No quinto episódio somos apresentados a uma dupla de jovens chamados Danny Weiss e David Friedman, aspirantes ao Xadrez.
Para aqueles que conhecerem a adaptação televisiva de Game of Thrones (esqueça do final!), o nome de ambos personagens são espécie de homenagem para os diretores. Scott Frank, showrunner de O Gambito da Rainha, é amigo de ambos.
Xeque-mate

Reprisando as lendárias jogadas da partida entre Paul Morphy e o Duque Karl/Conde Isouard, Beth e Benny disputam em uma partida competitiva de velocidade, no penúltimo episódio da série.
Assim como na histórica partida envolvendo Karl e Morphy, presenciamos o combo lendário de torre e bispo para ocorrer assim o xeque-mate.